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Minhas férias, parte 2!!

Voltei no meio do mês de julho, deixando o calor da Paraíba para vir de encontro com o frio da capital paulista.
Ah, esqueci-me de contar que minha cozinha estava em reforma desde os dias 20 de maio e , hoje, começo de agosto, faltam detalhes infinitos, mas tá acabando!

São Paulo nos esperava com frio e chuva e pra comemorar, fejuca com amigos e ....crianças!!! Claro, não poderia deixar de ser. No entanto, essas são bonequinhas e acostumadas com restaurantes e infinitos papos dos pais. Assim, elas e a minha pequena se entreteram com seus eletrônicos entre elas e amigos à distância. Foi aí que fiquei sabendo que a minha pequena já não era tão pequena assim. Descobri que existiam conversas de amores na infância que influenciados pelos dramalhões globais, estavam fazendo parte da infância da minha filha!! SOCORRO! Alguém para o mundo que quero descer!
" O quê? Por causa daquele franguinho?" Indignada, fui pesquisar mais a fundo o que estava realmente acontecendo e sem que ela soubesse. Caso fosse de encontro com os acontecimentos, poderia perder a confiança da menina.
Fui dormir com a pulga atrás do corpo todo.
Domingo e último dia de quermesse da Comunidade Católica do bairro, da qual ela, a avó e a tia Lozinha, fazem parte. E a turma de sempre nos acompanhando. Encontrei o Pedro e o apertei bastante dizendo que estava com saudades. Conversas mil, som de quermesse e precisava ficar livre para fuçar no que me intrigava.
"Mãe, eu quero ficar com a tia Lô!"
"OK, depois venho te buscar"
E la fui eu com o pai pra casa ter livre acesso às conversas comprometedores de uma década de vida e me liguei como as crianças são cruéis. SIM e muito. Numa conversa de garotos e garotas haviam mais palavras ofensivas escritas corretamente do que o papo em si. Caramba! Estavam de férias? E as saudades uns dos outros? Que nada! O negócio era cutucar para vem quem brigava mais. E a resposta do galã de novela então? Surpresa como um garoto de 10 anos já sabe como ofender uma pequena, caso ela não agrade aos seus desejos, e ainda bem que não era a minha filha, caso contrário não seguraria meus impulsos e arrancaria as penugens dele!
Vamos resolver isto, mas esperei que ela viesse a mim. Como? Troquei sua senha de acesso.

Como havia dito, minhas férias não acabaram. Dia seguinte, mesmo com a cozinha interditada, as meninas vieram brincar e meu querido Pedro também. Ele na sala e elas no quarto. Obtive paz por duas horas e foi quando as meninas resolveram invadir a área dele. Foi o suficiente para que saísse gritos, sirenes, brigas e do nada!
" Ele estava quieto! O que queriam dele?" "Nada, dele nada. Assistir tv e ele não deixa" Pronto, e lá vamos nós.  Mãe, tia, tia, tia, sim, não, eu quero, não quero. "OK, vamos fazer pipoca?" Sim, pipoca na avó que mora no mesmo prédio. Boca ocupada não se fala, ou pelo menos se fala baixo!

Obtive um pouco de paz mesmo na quarta-feira, quando os marceneiros estavam instalando meus armários e fiquei meio de boa no computador, escrevendo. Paz de espírito! Porém, no entanto: carro para revisão, roupa para lavar, arrumar armários, os meus e os deles, os livros, o que se joga ou não joga, ficar de olho no que estão fazendo na cozinha, ficar de olho no whatsapp, pois a Bia estava no parque com as meninas, ligar para tv a cabo, operadora de cartões,  pagar contas e entre uma atividade e outras, com o fone de ouvido ativo, escrevia minhas ideias.

Enfim, final de semana e pé na estrada. Churras combinado fazia tempo e sem desculpas. Lá fomos nós com....CRIANÇAS!! A Bia levou a Lu e o casal de amigos, com duas. Uau!! Férias de mãe. Sim, de mãe, porque a casa é da dona e a dona é quem corre atrás de tudo. Tenho novecentas mãos para me ajudar, mas noventa por cento das coisas estão direcionadas a mim.
Mãe, tia, And, quero isto, aquilo, sorvete, cadê aquele troço de faz aquela coisa? Uau!!! Que fuá!!
Sábado à noite, a pequena que foi conosco resolveu ter saudade da mãe!!
OIIII???
Estamos a 320km de São Paulo, não dá pra te levar e não acredito que sua mãe venha a esta hora. E a menina soluçava, com a cara mais de dó que poderia fazer, e ninguém se comoveu! Ô dó!!!

No dia seguinte, depois de tanto chorar, dizia que estava tudo bem. Bem, nem tanto, no domingo, o chororo começou logo cedo. Acho que nem tinha acabado.
" Mãe, a Lu quer a mãe dela. Pode ligar? "
Ligar eu posso, mas nada mais que isto. E a garota choraaaavvvaaa.
Não tinha Cristão que a convencia que estava tudo bem , que dia seguinte iríamos embora, que era longe e bla blá, blá...

Sei que na terceira ou quarta vez que ligou, parece que o pai pegou o telefone e ela voltou mais mansa. Não convencida, mas mansa.
O restante das crianças brincavam, pois no dia apareceram mais uns primos com filhos, e ela nada. Inconformada, ficava meio de canto curtindo sua tristeza.
Cheguei à conclusão que ele estava com tamanha saudades porque havia passado uns quinze dias com os pais, dia a noite, e queria estar ainda. E olha que não era nem a segunda vez que nos acompanhava, mas a quarta ou quinta!
"Lu, amanhã a gente vai embora. Se acalma. Só mais uma noite!"
E ela choraaaavvvaaaa, como se a hora de pegar estrada não chegasse nunca!

Ahhhh!!!! E lá veio minha filha perguntar sobra a senha do seu telefone. É, pois é. Eu a troquei. Ela olhou-me com a maior cara de surpresa porque disse a ela que mais do que ninguém, deveria saber o motivo da troca. Contou-me e expliquei a ela que na internet se escreve à tinta, e parece que entendeu.
Não se meta mais em ti, ti, ti!!!!

Oh, férias!!!

Bem, acabar acabou, mas imagina se uma professora pode pensar em se livrar de crianças!!!

Nunca!!

Que venham as próximas!!!!





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