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9 ano B - 2017

Estou em junho, mas já pensando no ano que vem. Preciso escrever( mesmo!) sobre esta turminha que está indo embora. Mais uma que está comigo desde o 6º ano . Pequeninos assustados na escola nova, cheia de novos professores, cadernos, materiais, espaços e amigos, muitos novos amigos.
Nestes quase quatro anos passamos juntos, cada uma que foi de arrepiar!
Logo que chegaram, já mostraram a que vieram, uma gangue de meninas, de excelente safra, que nos fazia dar gosto. Uns e outros garotos também, porém havia alguns ali no meio que nos faziam pensar como agir e fazê-los entender a importância da básica escrita e leitura...
No entanto, minha dedicatória aqui será para aqueles que se mantiveram firmes, guerreiros a meios e tormentas durante esse tempo.
Mal chegava à escola e estava a gangue de garotas a minha espera para simplesmente  me abraçar
 e muuuuito apertado, tanto que ainda sinto minhas costelas gritarem quando penso nisso. Pequenas meninas, mas força de mulheres.
Lembro-me que no primeiro ano minhas aulas ainda não eram definitivamente minhas, havia outra professora na parada. No entanto a reza foi tão braba que acabamos o ano juntos, com festa e tudo e nunca comi um bolo de cenoura tão maravilhoso quanto aquele. Dá água na boca e pensar.
Ano seguinte, a maioria ficou, mas alguns se foram, ficando a safra boa. A melhor sala da escola! Dedicados, leitores inteligentes, bons de papo. Nesse ano ainda chegaram alguns reforços, e confesso que também alguns para a balançar mantendo-a equilibrada. Era a sala do 8 ou 80.
O auge foi a realização da festa do folclore na qual eles participaram empenhados, tocando uma paráfrase que achei de Asa Branca, no violino e flauta, com direito a percussão e tudo. Ficou lindo! Foi um dos trabalhos que mais me orgulho até hoje.
E continuamos e veio o 8º ano. Aí a montanha russa resolveu trabalhar. Aos poucos entraram novos alunos que não se encaixavam na personalidade da sala. Nos distanciamos, eles estavam amadurecendo, perdendo a doçura de crianças, tornado-se adolescentes e as conversas que tínhamos, espaçaram-se. Não acredito que era por falta de confiança, mas me viam como mãe e nem sempre contamos tuuuudo para nossas mães.
Tudo bem, entendi. Queriam seus espaços, intimidades, conversas de quem está crescendo e se entendendo. Observei de longe. Vi-os crescendo, alargando os corpos, as vozes, cabelos, sendo mais styles, buscando suas personalidades.

Agradeci a cada dia por terem se mantido firmes nas suas posições e não deixarem se influenciar pelas negatividades que rondavam.

Meninos e meninas, saibam que serão mais uma turma que guardarei carinhosamente nas lembranças e ter a certeza de que nos cruzaremos nas ruas do mundo e sentiremos saudades do que vivemos. Peço perdão, pois sei que deixei que a sala tomasse um rumo que jamais quisemos, por não ter foças o suficiente para que o nos incomodava, fosse erradicado. Acreditem, queria o melhor para vocês. Acho que por isto sou tão chata.
Sorry...
Agora estamos em novembro e tudo mudará, pelo menos para nós. Nos veremos muito pouco, saberemos sobre nós pelas redes sociais e às vezes nos saudaremos. A vida roda, o mundo gira. Vocẽs ficarão para sempre na minha vida!!!!

Sejam felizes, garantam seus objetivos sadios, permitam-se realizar o que  os faz  felizes, busquem o melhor, acreditem e amem a si mesmos.

Um enorme beijo no coração!!!
Professora Andrea Pengo

Poliana, Nicole, Larissa, Yasmim, Cláudia, Safira, Vitória, Alice, Krihstel, Fábio, Everton, Bruno, Daniela e Bruna

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